quinta-feira, 30 de junho de 2011

Já lá vão 20 anos....

30 de Junho de 1991, Estádio da Luz em Lisboa, 127000 portugueses (nos quais eu me incluo) assistiam, ao vivo, à Final do Campeonato Mundial de Sub-20 entre as Selecções do Brasil e de Portugal. Foi, sem qualquer dúvida, um dos momentos mais espectaculares a que tive o privilégio de assistir no mundo do futebol. Uma grande FESTA!!!



Passados 20 anos, lembro aqui quem foram os heróis dessa final, ganha ao Brasil no desempate por pontapés da marca de grande penalidade. Onde jogavam na altura e o que fazem nos dias de hoje os 18 jovens que o, então, Seleccionador Nacional Carlos Queiroz convocou para esse Mundial.

Dos 18 jogadores, apenas 5 não pertenciam aos quadros dos 3 “grandes” do futebol português e, mesmo assim, desses 5, quatro deles ainda chegaram a jogar, mais tarde, nos “grandes”.….

Começo pelo Nº1, o guarda-redes Brassard, na altura defendia a camisola do Louletano, emprestado pelo Benfica. Já tinha sido campeão do mundo, dois anos antes (embora não tivesse jogado) em Riade. Nunca atingiu um patamar elevado e retirou-se, devido a uma lesão, aos 29 anos, estando praticamente desde essa altura ao serviço da Federação Portuguesa de Futebol, como treinador de guarda-redes.
O Nº2 foi Gil, um avançado que era júnior do Benfica e que na passagem para sénior se “perdeu” para o futebol. É nos dias de hoje empresário.
O 3 dispensa grandes apresentações…Luis Figo. Na época ainda era júnior, mas depois deste Mundial fixou-se no plantel principal do Sporting e o resto é o que toda a gente sabe…..Barcelona, Real Madrid, Inter, Melhor do Mundo, Champions….
Quem usou a camisola 4 foi Emílio Peixe. Outro júnior do Sporting que a seguir ao Mundial (onde foi considerado o melhor jogador) se impôs na primeira equipa. Viria mais tarde a baixar de rendimento e depois de passagens pelo FC Porto e Benfica terminou a carreira com 30 anos. Hoje é Seleccionador Nacional dos Sub-17.
Outro que dispensa apresentações, o 5…..Rui Costa. Na temporada que antecedeu o Mundial, o Benfica resolveu emprestá-lo ao Fafe, mas o que fez durante este torneio chegou e sobrou para integrar de vez a melhor equipa do clube da Luz. Teve uma brilhante carreira e hoje é director e administrador da SAD encarnada.
A camisola 6 foi utilizada por mais uma figura muito conhecida. Jorge Costa foi o seu dono. O central estava na altura emprestado pelo FC Porto ao Penafiel. Nos dias que correm é treinador e vai orientar o Cluj da Roménia.
O primeiro dos que não estavam ligados aos 3 “grandes” usou o Nº7. Abel Xavier era jogador do Estrela da Amadora. Mais tarde viria a representar o Benfica e mais de uma dezena de outros clubes em sete ou oito países diferentes. Actualmente não está ligado a nenhum cargo no futebol.
O Nº8 foi o defesa-esquerdo Paulo Torres. Era jogador do Sporting onde esteve durante alguns anos, antes de sair para Espanha. Hoje é, também, treinador.
A camisola 9 foi utilizada por Luis Miguel. Era um médio que pertencia ao FC Porto mas estava emprestado ao Rio Ave. Foi um dos que menos sucesso teve no mundo do futebol, acabando muito cedo a sua carreira devido a uma grave lesão. Hoje vive do subsídio de desemprego.
O Nº10 habitualmente ligado aos craques, desta vez coube a um defesa-direito. Nélson, na altura jogador do Salgueiros, foi o seu dono. Viria a ser contratado pelo Sporting e ainda jogaria no FC Porto e em Inglaterra. Actualmente tem uma Academia de Futebol.
Quem teve o Nº11 nas costas foi o central Rui Bento. Em 1991 pertencia aos quadros do Benfica, onde chegou a ser bastante utilizado. Jogou ainda no Boavista e Sporting e é neste momento o treinador do Beira-Mar.
O único jogador que nunca envergou a camisola de um dos “grandes” foi o guarda-redes suplente Tó Ferreira. Era jogador do Famalicão e na última época fez parte do plantel do Boavista. Foi o Nº12.
O dono da camisola (para muitos considerada a do azar) Nº13 foi Capucho. Mais um a quem este Mundial abriu as portas de um clube maior. Jogava no Gil Vicente mas sairia para o Sporting e posteriormente para o FC Porto, onde hoje integra  a estrutura de técnicos das camadas jovens.
A grande estrela desta equipa envergava o Nº14. João Vieira Pinto era o capitão, tinha estado na temporada anterior em Espanha ao serviço do Atlético Madrid (onde pouco jogou) e já tinha participado activamente na conquista do Mundial Sub-20 em 1989. Boavista, Benfica, Sporting e Braga foram os passos seguintes até abandonar e dedicar-se aos comentários futebolísticos.
O 15 era Tulipa, um médio júnior do FC Porto. Teve uma carreira de futebolista mediana e treinou na temporada passada o Covilhã.
Cao usou o Nº16. Também era júnior do FC Porto. Nunca atingiu grande brilhantismo e viria mesmo a descobrir-se que a sua idade era falsa. Tinha mais 4(!!) anos do que aquilo que era oficial....Hoje está desligado do futebol.
Havia outro João Pinto nesta selecção. Era o Nº17 e jogava no Atlético por empréstimo do Sporting. João Oliveira Pinto era um médio ofensivo de quem se esperava muito mas que, embora tenha actuado pelo Guimarães e Braga, nunca atingiu grande protagonismo. Está, também, afastado do futebol.
O último era o ponta-de-lança, na altura júnior do FC Porto, Toni. Usou a camisola 18  e este Mundial foi o ponto mais alto da sua carreira. Na actualidade trabalha na construção civil no Luxemburgo.

Como se pode ver, nestes 18, há de tudo......desde Bolas de Ouro a trabalhadores nas obras, administradores de SAD a desempregados, treinadores a ainda jogadores....

Nesse Domingo de 1991 jogou a equipa habitual com Brassard na baliza, Nélson na direita da defesa (o único posto em que Queiroz tinha algumas dúvidas, pois por vezes foi Abel Xavier o escolhido), Paulo Torres na esquerda e a dupla de centrais a ser formada por Rui Bento e Jorge Costa. O meio campo foi composto por Peixe, Figo e Rui Costa. Na frente jogaram  João Vieira Pinto, Gil e Toni.

Coube a Rui Costa apontar a grande penalidade decisiva que levou ao delírio os milhares que estavam na Luz e os milhões que assistiam  a tudo pela televisão....

Este ano volta a ter lugar um Mundial Sub-20, desta vez na Colômbia, mas também com a participação portuguesa.

Teremos qualidade para voltar a trazer a Taça?

Saudações Desportivas

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