quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Fernando Chalana, o pequeno genial...


A 17 de Novembro de 1976, no antigo Estádio da Luz em Lisboa, estreava-se com a camisola da Selecção Portuguesa, aquele que, após Eusébio e antes de Rui Costa ,é considerado, por grande parte dos benfiquistas, o melhor jogador português que vestiu a camisola do Benfica.


Faz hoje 35 anos que Portugal defrontou. e venceu por 1-0, a Dinamarca e o responsável pela Selecção Nacional, na altura José Maria Pedroto, resolveu chamar um miúdo de 17 anos que aparecia no onze principal do clube da Luz.


Falo-vos de Fernando Chalana.


A grande recordação que tenho de Chalana está ligada à primeira fase final de um Europeu em que Portugal esteve presente. Foi no ano de 1984 e o pequeno extremo-esquerdo benfiquista foi a grande figura da Selecção Nacional, ajudando, com o seu talento, a equipa a chegar às meias-finais, onde foi batida pela França, num jogo épico que ainda hoje está na memória de muitos portugueses.

Mas Chalana já brilhava nos relvados nacionais há algum tempo...

Nascido no Barreiro, em 1959, começou para o futebol no clube da sua terra, o Barreirense, mas cedo deu nas vistas e o salto para o Benfica deu-se com apenas com 15 anos.
Com 17 (ainda júnior), na época 1975/1976 e pela mão de Mário Wilson, estreou-se na, então, 1ª Divisão. Numa equipa que tinha nomes históricos como Bento, Artur, Toni e Nené, sagrou-se Campeão Nacional e conseguiu um feito que foi acumular na mesma temporada o título de Campeão de Seniores e de Juniores (se não é único pelos menos é muito raro).

Durante mais oito temporadas foi o grande ídolo dos benfiquistas, com as suas arrancadas pela esquerda, conquistando, além daquele primeiro título, outros 4 de Campeão e 2 Taças de Portugal.
Em 1982/1983 ajudou o clube encarnado a chegar à Final da Taça UEFA, frente aos belgas do Anderlecht, mas não conseguiu conquistá-la.

Na temporada seguinte chegou, então, juntamente com mais um troféu de Campeão Nacional, o tal Europeu em França.

Essa fase final correu muito bem a Portugal (embora nos deixasse com a sensação de que podia ter sido melhor...) e Chalana foi a grande estrela da equipa das quinas. Logo apareceram imensos clubes a querer levá-lo da Luz e acabaram por ser os franceses do Bordéus a consegui-lo, naquilo que ainda hoje é considerado o negócio que serviu para o Benfica concluir a obra do 3º anel, no antigo estádio.
Só que, apesar de ter sido campeão francês no ano de estreia, os seus três anos em terras gaulesas resumiram-se, devido a imensas lesões (algumas delas bastante estranhas o que, na altura, até levou a que se falasse em “bruxaria”), a 12 jogos e 1 golo apontado!!! Muito pouco para uma estrela....
E todas essas lesões levaram a que não estivesse presente no Mundial do México, em 1986.

Chalana regressou em 1987 ao “seu” Benfica e por lá estaria outros 3 anos. Mas o “pequeno genial”, como ficou conhecido, já não voltou. Durante essas 3 temporadas fez pouco mais do que 30 jogos e com um rendimento muito abaixo daquilo a que os adeptos estavam habituados. Juntou mais um Campeonato Nacional ao currículo e 2 ausências em finais da Taça dos Campeões Europeus nas quais o Benfica esteve presente mas Chalana não...

Saiu para o Belenenses, onde jogou (pouco) durante uma época e terminou a sua carreira de futebolista, em 1992, na Amadora, ao serviço do Estrela, a jogar ainda menos...

Mas ficará para sempre na história como um dos grandes jogadores do futebol português!!!

Deixo-vos com um vídeo em que Chalana marca o único golo do Benfica frente ao Sporting, num jogo em que os encarnados festejavam o título de 1982/1983 e se pode ver (e ouvir) o capitão do Sporting (Manuel Fernandes) a felicitar o capitão benfiquista (Humberto Coelho) pelo campeonato conquistado...


Eram outros tempos...

Que memórias guardam do "Pequeno Genial"???

Saudações Desportivas

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Rui Jordão, o leão de Benguela...


32 anos depois, o Sporting volta a estar presente em Angola para um jogo da sua equipa de futebol profissional. De forma a assinalar esse acontecimento, resolvo trazer a este espaço o nome de um dos mais emblemáticos jogadores angolanos que vestiram a camisola verde e branca.

Falo de Rui Manuel Trindade Jordão.

Jordão foi um dos melhores avançados que o futebol português teve nas décadas de 70 e 80. Mas já lá vamos às suas características como jogador....

Comecemos, então, pela sua história...

Embora o seu nome seja associado, na maioria das vezes, ao Sporting, foi no rival do outro lado da 2ª circular, o Benfica, que Jordão iniciou a sua carreira em Portugal.
Depois de ter dado nas vistas no clube da sua terra natal, o Sporting de Benguela, Jordão chegou à Luz, em 1970, para jogar nos juniores durante uma temporada.
Estreou-se na equipa principal na época seguinte, com Jimmy Hagan aos comandos dos encarnados, num plantel do qual ainda faziam parte alguns históricos, como José Henrique, Jaime Graça, António Simões e....Eusébio!!!
Durante 5 temporadas vestiu de águia ao peito e venceu 4 títulos de Campeão Nacional e 1 Taça de Portugal. Foi, também, o melhor marcador do Campeonato Nacional em 1975/1976, o último ano em que jogou no Benfica.

Nessa altura, vários clubes europeus se interessaram por Jordão. Falava-se no Bayern de Munique, no Paris Saint-Germain, no Estrasburgo, mas seria o Saragoça (agora de Micael, Postiga e Roberto...) a pagar cerca de 9 mil contos (algo como 45 mil euros) ao Benfica para o contratar. Uma só temporada foi o tempo de estadia de Jordão em Espanha. Ainda fez 14 golos mas, segundo consta, problemas de balneário com outra das “estrelas” da equipa (um paraguaio de nome Arrua), levaram-no a querer sair.

E saiu! A 28 de Agosto de 1977, viajou de Saragoça para Lisboa, para se estrear, nessa noite, com a camisola do seu clube do coração, o Sporting. O adversário era o Vasco da Gama e os leões venceram os brasileiros por 2-1 com dois golos de.....Rui Jordão!!!

Em Alvalade, onde formou uma dupla histórica com Manuel Fernandes, usou o número 11 na camisola até 1985/1986. Durante esse período venceu 2 Campeonatos Nacionais, 2 Taças de Portugal e 1 Supertaça. E voltou a ser o melhor marcador do Campeonato em 1979/1980.

Com 34 anos foi dispensado do Sporting por Manuel José e, depois de quase um ano sem jogar, reapareceu em Setúbal, numa equipa cheia de veteranos como Meszaros, Eurico, Vítor Madeira e, o seu parceiro de muitos anos, Manuel Fernandes. Duas épocas à beira Sado chegaram para, mesmo no fim da sua carreira, voltar a ser convocado para a Selecção Nacional.

Ao serviço de Portugal, ainda hoje é o jogador com maior tempo passado entre a primeira e a última vez que foi chamado a defender a equipa das quinas. Estreou-se em Março de 1972 e vestiu pela última vez a camisola portuguesa, que agora muitos não querem, em Janeiro de 1989, já com 36 primaveras...

Está ligado a dois momentos que, ao nível da Selecção, ficaram na história do futebol português. Foi ele o marcador da grande penalidade que deu a vitória de Portugal sobre a URSS, no Estádio da Luz, e que permitiu a presença no Europeu de 1984, em França. E já no Europeu, foi ele o autor dos 2 golos contra a Selecção Francesa, na meia-final de má memória, em que Portugal perdeu por 3-2, já no prolongamento.


Jordão foi um avançado de excelência. Nos dias de hoje seria valiosíssimo. Era rápido, imprevisível e frio na hora de finalizar. E era um batalhador....

Na sua longa carreira fracturou por 3 (!!!) vezes a perna!!! A primeira vez foi em 1974, ainda ao serviço do Benfica, num jogo com o FC Porto. Em 1978, na sua primeira temporada em Alvalade, desta vez num jogo contra o Benfica, novo infortúnio. E exactamente no jogo em que regressava, ainda em 1978, o conhecido sportinguista José Eduardo, ao serviço do Famalicão, teve uma entrada dura que levou a nova fractura. A tudo isto Jordão reagiu e, curiosamente, sagrou-se sempre o melhor marcador do Campeonato Nacional nos anos seguintes às lesões!!!

Deixo-vos um vídeo para que possam recordar ou conhecer este avançado, que nos dias que correm se afastou do futebol, tendo ,depois de terminada a sua carreira, dedicado o seu tempo a outro tipo de arte, a pintura.



Saudações Desportivas

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Laudrup, o príncipe dinamarquês...

Raúl e Stoichkov dizem que ele foi o melhor com quem já jogaram. Cruyff e Platini afirmam que foi um dos melhores de todos os tempos. Figo considera-o o mais fantástico que defrontou. Guardiola espanta-se por nunca ter sido considerado o Nº1 do mundo. E para Iniesta é, mesmo, o melhor jogador da história...

Falo-vos de MICHAEL LAUDRUP, o melhor futebolista dinamarquês de todos os tempos e um dos números 10 de eleição, da história do futebol mundial.

Quando Laudrup chegou ao Brondby, em 1982, depois de ter iniciado a sua carreira noutro clube dinamarquês, o KB, marcou logo 2 golos no jogo de estreia. E seria considerado o Jogador do Ano, tendo apontado 15 golos ao longo da primeira temporada. Só estaria mais uma época no clube, acabando por se transferir para a Juventus, de Itália, depois de ter tudo praticamente acertado com o Liverpool.

A sua entrada no gigante italiano não foi fácil, pois na altura, cada clube só podia ter dois jogadores estrangeiros e as vagas em Turim estavam ocupadas por dois “monstros” do futebol europeu, o polaco Boniek e o francês Platini.

Então com 19 anos, Laudrup foi emprestado pela Juventus à Lazio de Roma. Na sua estreia com a camisola da equipa romana marcou, tal como tinha acontecido no Brondby, 2 golos. Mas a Lazio era uma equipa que lutava para não descer, e se na primeira temporada de Laudrup em Roma, ainda conseguiram evitar a despromoção, já na segunda (novamente emprestado pela Juventus) o dinamarquês viu a sua equipa ser relegada para a segunda divisão.

Apesar da descida de divisão da Lazio, Laudrup tinha demonstrado qualidade e a Juventus promoveu o seu regresso para colmatar a saída de Boniek. O primeiro ano em Turim não podia ter corrido de melhor forma. Utilizado de forma regular, foi Campeão Italiano e venceu a Taça Intercontinental. Depois disso ainda esteve mais três temporadas em Turim (onde chegou a ser companheiro do português Rui Barros) mas não alcançou mais nenhum título.

Entretanto havia um treinador fascinado com o perfume do seu futebol. Johan Cruyff não hesitou em levá-lo para Barcelona, em 1989, e começou aí a construção do seu Dream Team. A primeira época foi uma espécie de aquecimento para o que iria acontecer de seguida. Nada foi ganho mas começava a nascer uma das mais fortes equipas do futebol mundial. Entre 90/91 e 93/94, o Barcelona, com Zubizarreta, Bakero, Guardiola e as estrelas maiores, Koeman, Stoichkov, Romário (só na última época) e Laudrup, venceu todas as edições da Liga Espanhola, não dando qualquer hipótese ao seu maior rival, o Real Madrid. E venceu também a Taça dos Campeões Europeus em 1992, batendo a Sampdória por 1-0 na final, em Wembley.

Laudrup chegou a outra final da Taça dos Campeões Europeus com o Barcelona, em 1994, mas Cruyff não lhe deu a oportunidade de a disputar, optando pelos outros três estrangeiros do plantel (Koeman, Stoichkov e Romário), deixando o dinamarquês de fora para satisfação de Fabio Capello, o treinador do AC Milan, que venceu por 4-0 essa final. Capello afirmou no fim da partida que Laudrup era o jogador que mais temia e que tinha sido um erro de Cruyff não o ter colocado a jogar. Laudrup e o técnico holandês, segundo consta, desentenderam e o médio saiu de Barcelona.

Só que não saiu de qualquer forma. Saiu para......o Real Madrid!!!

À chegada a Madrid foi logo Campeão e tornou-se assim o único jogador a vencer 5 (!!) campeonatos espanhóis seguidos, por 2 clubes diferentes. Ajudou também o Real a vencer o Dream Team de Barcelona por 5-0, numa resposta ao que tinha acontecido, ao contrário, no ano anterior. Em Madrid só venceu um título e só esteve 2 épocas, que chegaram para ser considerado, em 2002, num inquérito do jornal A Marca, o 12º melhor jogador da história do clube.

Despediu-se de Madrid e rumou ao Japão, onde, durante 2 anos, representou o Vissel Kobe. Terminou a carreira ao serviço do clube que o quis quando tinha 13 anos mas para o qual o seu pai não o deixou transferir-se...o Ajax. E acabou, com 34 anos, como Campeão Holandês.

Com a sua selecção, esteve presente em todos os Europeus e Mundiais para os quais a Dinamarca foi qualificada, entre 1984 e 1998, com excepção do Europeu 1992 onde, por causa de desentendimentos com o seleccionador da altura, não participou, vendo pela televisão o seu irmão Brian levantar a Taça de Campeão da Europa.


Deixo-vos com um vídeo, para que possam apreciar a qualidade deste dinamarquês de quem Romário diz estar nos 5 melhores de sempre (juntamente com Pelé. Maradona, Zidane e ele próprio...) e Mourinho diz que adoraria tê-lo na sua equipa nos dias de hoje. Apreciem...

Saudações Desportivas

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A escola da Selecção Nacional...

23 jogadores, uma só camisola....

Mas isso foi ontem!!! Entre os convocados por Paulo Bento para esta dupla jornada, de tentativa (falhada, para já...), de apuramento para o Europeu 2012, há atletas de diversos emblemas, quer nacionais, quer internacionais.

O que proponho, hoje, é que façamos a sua divisão, não como habitualmente é feita (pelos clubes que representam actualmente), mas sim de uma outra forma.....dividi-los pelos clubes onde efectuaram a parte mais importante (ou mais mediática, se preferirem...) da sua formação!!!

E então o que temos?

Começo pelos clubes que “formaram” menos jogadores. Sporting de Braga, União da Madeira e Elvas “dão”, todos, um jogador à Selecção Nacional.
O guarda-redes Eduardo “nasceu” para o futebol em Braga, Rúben Micael fez toda a sua formação ao serviço do União da Madeira e Sereno começou no clube da sua terra natal, O Elvas.

Vítima da política seguida pelo clube, nos anos mais recentes, de pouca aposta nos jogadores dos seus escalões de formação, o Benfica só consegue meter 2 jogadores entre os convocados. Curiosamente (ou não...), são dois defesas-laterais. João Pereira e Sílvio.
Nenhum deles se mantém ao serviço do clube encarnado, o que aliás é a regra entre os 23 da Selecção. Como veremos mais à frente, apenas UM jogador continua a envergar a camisola do clube que o formou....quem será???

Com 3 jogadores na equipa das quinas existem 3 clubes. São eles o FC Porto e os, em tempos, considerados de 4º grande, Boavista e Os Belenenses.
Pelo clube do Restelo passaram, em  determinada altura da sua formação futebolística, Rolando, Eliseu e Rúben Amorim.
O Estádio do Bessa viu despontar para o futebol um trio formado por Ricardo Costa, Raúl Meireles e Nuno Gomes.
As escolas do FC Porto formaram Bruno Alves, Paulo Machado e Hélder Postiga.
O que têm em comum, mais uma vez, estes nove jogadores? Nenhum continua a defender, no campo, o clube que o “formou”...


E chegamos ao grande “fornecedor” de jogadores à Selecção de Paulo Bento, o Sporting Clube de Portugal. O clube de Alvalade pode orgulhar-se de ter NOVE atletas, oriundos dos seus escalões de formação, entre os eleitos do seleccionador nacional.
Dois guarda-redes (Rui Patrício e Beto), três médios (Carlos Martins, Miguel Veloso e Moutinho) e todos os extremos (4) existentes na convocatória (Quaresma, Nani, Varela e Cristiano Ronaldo).

Curioso é vermos que dos nove, um terço pertence aos quadros do rival FC Porto (Beto, Moutinho e Varela); Carlos Martins pertenceu, até há bem pouco tempo, aos quadros do outro rival, o Benfica; Quaresma, Nani e Cristiano Ronaldo não jogaram mais do que duas épocas na equipa principal do Sporting; e ainda podemos lembrar que quase todos eram dos jogadores mais assobiados em Alvalade, quando as coisas não corriam bem. Portanto, a aposta na formação existe....não sei é se será feita da melhor forma!!!

E já sabem quem é o único dos 23 que continua a jogar pelo clube que o “formou”???

Pois é....o resistente chama-se RUI PATRÍCIO!!!
E até quando resistirá??? 
Partilhem as vossas opiniões, aqui, neste espaço para quem gosta de bola...

Saudações Desportivas

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Luc Nilis, o amigo de Ronaldo "Fenómeno"...

Ronaldo Luís Nazário de Lima, o Fenómeno, toda a gente conhece. Foi um dos melhores jogadores de sempre e jogou em alguns dos maiores clubes do mundo.

Barcelona e Real Madrid, em Espanha, AC Milan e Inter, em Itália, Cruzeiro e Corinthians, no Brasil, e PSV Eindhoven, na Holanda, foram as camisolas que vestiu...

Nos grupos de que fez parte estiveram Stoichkov, Guardiola e Figo; Zanetti, Baggio e Seedorf; Raúl, Zidane e Beckham; Maldini, Kaká e Pirlo; Romário, Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo. Tudo jogadores de top...

Mas o post que escrevo hoje não é sobre Ronaldo. É sim, sobre aquele que, na opinião do ponta-de-lança brasileiro, foi o jogador com quem mais gostou de jogar. E afinal quem foi esse jogador???

LUC NILIS......é pouco conhecido, não é???

Pois então vejam este vídeo do avançado belga, que partilhou o balneário, durante duas temporadas, com Ronaldo, ao serviço do PSV Eindhoven, e digam de vossa justiça. Era, sem sombra de dúvidas, um jogador fabuloso!!!


Nilis iniciou a sua carreira no modesto clube belga Winterslag, onde esteve até aos 19 anos, altura em que foi contratado pelo Anderlecht, um dos mais fortes clubes do país. Oito épocas em Bruxelas, uma média de 1 golo a cada dois jogos, 4 títulos de Campeão e 3 Taças da Bélgica eram o seu cartão de visita em 1994.

Nesse ano deu-se o encontro entre Nilis e Ronaldo. Foi na Holanda, com as cores do PSV Eindhoven, que adquirira os dois para a sua frente de ataque. Ronaldo marcaria 54 golos em 57 jogos, durante as duas temporadas em que actuaram juntos, mas Nilis não lhe ficava atrás e, em seis anos e 164 jogos, marcou 110 golos.

Na Holanda venceu dois campeonatos e 1 Taça, até se aventurar pelo futebol inglês, onde jogou pouqussimo tempo (apenas 3 jogos) com a camisola do Aston Villa. Um grande golo na estreia prometia mais sucesso mas uma gravíssima lesão, ao terceiro jogo, acabou com a sua carreira.



Luc Nilis foi um daqueles jogadores que se tivesse nascido noutro país teria tido, provavelmente, uma muito maior visibilidade e, hoje, poderia ser lembrado como um dos melhores futebolistas da sua geração...

Partilhem as vossas opiniões sobre este fantástico avançado neste espaço para quem gosta de bola...

Saudações Desportivas

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Clássico (Inter)nacional...

Quando, em Julho de 1979, os sócios decidiram, em Assembleia Geral, que o Benfica poderia, a partir desse momento, contar com jogadores estrangeiros na sua equipa de futebol, não sonhariam sequer que, passados pouco mais de trinta anos, o seu clube jogasse sem um único português no onze!!!

Mas o “problema” não é exclusivo do Benfica...


Até porque, se olharmos para os plantéis dos 3 grandes, aquele onde há menos portugueses é mesmo o do FC Porto...apenas QUATRO!!!

Esta noite teremos um clássico onde, no máximo, poderemos ver 5 jogadores nacionais em acção. Mas isto é na melhor das hipóteses, pois o mais provável é nem chegarmos a esse número...

Dos 4 portugueses do plantel portista, apenas Emídio Rafael não foi convocado para o jogo de hoje. Os outros 3 até poderão ser todos titulares. Rolando (o tal que passeia a bandeira de Cabo Verde nas comemorações mas a quem dá algum jeito ser português...), Moutinho e Varela são os resistentes, num plantel que podia pertencer a um qualquer clube sul-americano...

No lado encarnado, o número de portugueses no plantel é maior (não muito...). São 6 mas apenas 2 foram convocados e somente Rúben Amorim terá alguma hipótese de iniciar o jogo a titular. Eduardo deve estar no banco e os jovens Mika, Miguel Vítor, David Simão e Nélson Oliveira parecem estar no grupo só para preencher as quotas mínimas obrigatórias...

Até onde isto irá chegar?

Eu sei que o Inter foi Campeão Europeu quase sem italianos, que o Arsenal pratica um futebol bonito quase sem ingleses, que em Madrid, Mourinho tem poucos espanhóis para treinar e que esta situação se passa um pouco por toda a parte. Mas preferia que fosse de outra maneira...

E há outra coisa....se calhar até é, apenas, uma coincidência.

Já repararam nos plantéis dos campeões espanhóis, ingleses e italianos, na época passada??? E nem falo nos franceses e alemães, onde a cultura de utilização do “produto” nacional é muto forte e a maioria dos jogadores são locais.

Em Espanha toda a gente sabe que o Barcelona aposta na cantera como ninguém. A base do seu plantel são os futebolistas que vieram das camadas jovens e facilmente conseguiria um 11 só com espanhóis. Valdés, Puyol, Busquets, Piqué, Fàbregas, Xavi, Iniesta, Thiago Alcântara, Villa, Pedro e....Messi (eu sei que não é Espanhol mas está no clube desde criança....).

Em Itália o campeão foi o AC Milan. E também conseguia formar um 11 só com italianos. Abbiati, Antonini, Nesta, Bonera, Zambrota, Gattuso, Pirlo, Ambrosini, Cassano, Inzaghi e Borrielo. Fácil, não?? E ainda sobravam alguns...

Em Inglaterra, Sir Alex Ferguson levou o Manchester United ao 19º título, ultrapassando o Liverpool e tornando-se assim o clube mais titulado. E se na temporada passada o plantel já tinha uma quantidade considerável de ingleses (Ferdinand, Smalling, Brown, Evans, Carrick, Scholes, Owen, Rooney, além dos, também, britânicos Giggs, Fletcher, Gibson e O’Shea), este ano, apesar de algumas saídas, a aposta continua a ser a mesma. Foram contratados Phil Jones e Ashley Young e regressaram a casa Cleverley e Welbeck. Só ingleses!!!

Não gostavam de ver isto nos vossos clubes??? Muitos jogadores nacionais e a conquista de títulos seria a conjugação perfeita...

É verdade que não me importava de ver o meu clube ser campeão só com estrangeiros mas dar-me-ia muito mais gozo poder festejar um título com um 11 deste género:

Patrício, Cédric, Carriço, Miguel Veloso, Caneira, André Santos, Carlos Martins, Hugo Viana, Quaresma, Ronaldo e Nani.

Algum dia será possível???

Saudações Desportivas

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Saudades de Falcao? Ou nem por isso...

Nova época futebolística e o FC Porto, apesar das muitas notícias que davam conta da saída de alguns jogadores, só “perdeu” Radamel Falcao. Ok, também saíram Rúben Micael, Mariano González e os guarda-redes Beto e Kieszek, mas desses ninguém se vai lembrar daqui por pouquíssimo tempo...

E de Falcao??? Os adeptos portistas sentirão saudades ou vai acontecer aquilo que, historicamente, costuma suceder no clube do dragão? Ou seja, rapidamente é encontrado um substituto à altura e não se fala mais nisso...


Vejamos, então, qual tem sido a história dos pontas-de-lança do FC Porto...

Nos finais da década de 70, época em que o FC Porto começou a vencer com regularidade, o ponta-de-lança era Fernando Gomes, o bi-bota de ouro. Além de ter sido duas vezes o melhor marcador europeu, Gomes foi 6 vezes o avançado mais concretizador do Campeonato Nacional Português.
No fim da temporada 1988/1989 foi dispensado e terminou a sua carreira ao serviço do Sporting. Nas Antas ficavam, para o substituir, Rui Águas e....Domingos Paciência!!! O FC Porto foi logo Campeão Nacional no ano da saída de Gomes e por isso o “problema” ficou resolvido.


Rui Águas regressou ao Benfica e o FC Porto foi contratar um búlgaro que fez história no clube, Emil Kostadinov. Durante 5 temporadas fez dupla com Domingos na frente de ataque portista e o clube foi campeão por 3 vezes. Águas estava esquecido e de Gomes já nem se falava...

Kostadinov saiu, em 1995, para o Deportivo da Corunha e deixou Domingos “sozinho” mas isso não foi problema. O FC Porto foi novamente campeão e o actual treinador do Sporting sagrou-se o melhor marcador do Campeonato Nacional, com 25 golos. Estava resolvido o assunto...

Em 1996/1997 chegou à invicta um dos maiores goleadores de sempre do futebol português, Mário Jardel. Domingos, que até essa altura era a referência no ataque portista, foi “obrigado” a procurar outras paragens para poder jogar, pois Jardel não dava hipótese a ninguém. Quatro temporadas de dragão ao peito, quatro vezes o melhor marcador do Campeonato Nacional, com 129 golos no total, e três títulos de Campeão fizeram com que ninguém se lembrasse mais de Domingos, Kostadinov e muito menos de Fernando Gomes...

Se havia alguém difícil de substituir (tal como já tinha acontecido com Gomes) era Jardel. O brasileiro foi vendido ao Galatasaray e o FC Porto contratou outro brasileiro. Mas Jardéis não há muitos e Pena não teve vida fácil no Estádio das Antas. Mas, mesmo assim, conseguiu, logo na época de estreia, ser o melhor marcador do Campeonato, com 22 golos. Ainda iniciou a segunda temporada mas, com a chegada de José Mourinho ao clube, deixou de ser opção. Mourinho quis o sul-africano Benni McCarthy.

Pena saiu, McCarthy também (voltaria um ano depois) e os avançados de Mourinho foram Derlei e Postiga, num ano, e Derlei e McCarthy, noutro. O FC Porto nessas temporadas venceu (quase) tudo o que havia para vencer e, assim sendo, não havia tempo para ter saudades de ninguém...

No pós- Mourinho sim, aí houve motivo para lembrar os avançados de outrora. Foi contratado Luis Fabiano mas o internacional brasileiro nunca conseguiu fazer esquecer os mais antigos...foi uma temporada que, apesar de terem ganho a Taça Intercontinental, os adeptos preferem esquecer...

2005/2006 foi quando chegou Lisandro López mas a sua primeira temporada não foi nada de especial e foi utilizado, a maior parte das vezes, como extremo e não como ponta-de-lança. Apesar disso o FC Porto foi campeão...
Foi Jesualdo Ferreira, no ano seguinte, que fez dele um avançado de top e daqueles jogadores de quem, normalmente, se tem saudades quando saem.

Mas não foi o caso. Lisandro saiu e chegou.......Falcao. Mais uma vez o FC Porto resolvia bem o “problema”. O colombiano chegou, viu e venceu....
Embora não tenha sido campeão no ano de estreia, demonstrou qualidade acima da média e os adeptos portistas tiraram da memória Lisandro.

Agora é Kléber quem tenta fazer esquecer Falcao. Mesmo que alguns entendidos pensem que o FC Porto devia ter adquirido um novo ponta-de-lança, não foi essa a decisão de quem manda no clube e a aposta para que o nome de Falcao não volte a ser falado no Dragão, foi mesmo o avançado contratado ao Atlético Mineiro (apesar de ter feito as duas últimas épocas já em Portugal, no Martítimo). E ainda há....o incrível Hulk!!!

O FC Porto já nos habituou a resolver, da melhor forma, as saídas de jogadores importantes.

Será que desta vez também vai ser assim?

Partilhem as vossas opiniões neste espaço...

Saudações Desportivas