quinta-feira, 30 de junho de 2011

Já lá vão 20 anos....

30 de Junho de 1991, Estádio da Luz em Lisboa, 127000 portugueses (nos quais eu me incluo) assistiam, ao vivo, à Final do Campeonato Mundial de Sub-20 entre as Selecções do Brasil e de Portugal. Foi, sem qualquer dúvida, um dos momentos mais espectaculares a que tive o privilégio de assistir no mundo do futebol. Uma grande FESTA!!!



Passados 20 anos, lembro aqui quem foram os heróis dessa final, ganha ao Brasil no desempate por pontapés da marca de grande penalidade. Onde jogavam na altura e o que fazem nos dias de hoje os 18 jovens que o, então, Seleccionador Nacional Carlos Queiroz convocou para esse Mundial.

Dos 18 jogadores, apenas 5 não pertenciam aos quadros dos 3 “grandes” do futebol português e, mesmo assim, desses 5, quatro deles ainda chegaram a jogar, mais tarde, nos “grandes”.….

Começo pelo Nº1, o guarda-redes Brassard, na altura defendia a camisola do Louletano, emprestado pelo Benfica. Já tinha sido campeão do mundo, dois anos antes (embora não tivesse jogado) em Riade. Nunca atingiu um patamar elevado e retirou-se, devido a uma lesão, aos 29 anos, estando praticamente desde essa altura ao serviço da Federação Portuguesa de Futebol, como treinador de guarda-redes.
O Nº2 foi Gil, um avançado que era júnior do Benfica e que na passagem para sénior se “perdeu” para o futebol. É nos dias de hoje empresário.
O 3 dispensa grandes apresentações…Luis Figo. Na época ainda era júnior, mas depois deste Mundial fixou-se no plantel principal do Sporting e o resto é o que toda a gente sabe…..Barcelona, Real Madrid, Inter, Melhor do Mundo, Champions….
Quem usou a camisola 4 foi Emílio Peixe. Outro júnior do Sporting que a seguir ao Mundial (onde foi considerado o melhor jogador) se impôs na primeira equipa. Viria mais tarde a baixar de rendimento e depois de passagens pelo FC Porto e Benfica terminou a carreira com 30 anos. Hoje é Seleccionador Nacional dos Sub-17.
Outro que dispensa apresentações, o 5…..Rui Costa. Na temporada que antecedeu o Mundial, o Benfica resolveu emprestá-lo ao Fafe, mas o que fez durante este torneio chegou e sobrou para integrar de vez a melhor equipa do clube da Luz. Teve uma brilhante carreira e hoje é director e administrador da SAD encarnada.
A camisola 6 foi utilizada por mais uma figura muito conhecida. Jorge Costa foi o seu dono. O central estava na altura emprestado pelo FC Porto ao Penafiel. Nos dias que correm é treinador e vai orientar o Cluj da Roménia.
O primeiro dos que não estavam ligados aos 3 “grandes” usou o Nº7. Abel Xavier era jogador do Estrela da Amadora. Mais tarde viria a representar o Benfica e mais de uma dezena de outros clubes em sete ou oito países diferentes. Actualmente não está ligado a nenhum cargo no futebol.
O Nº8 foi o defesa-esquerdo Paulo Torres. Era jogador do Sporting onde esteve durante alguns anos, antes de sair para Espanha. Hoje é, também, treinador.
A camisola 9 foi utilizada por Luis Miguel. Era um médio que pertencia ao FC Porto mas estava emprestado ao Rio Ave. Foi um dos que menos sucesso teve no mundo do futebol, acabando muito cedo a sua carreira devido a uma grave lesão. Hoje vive do subsídio de desemprego.
O Nº10 habitualmente ligado aos craques, desta vez coube a um defesa-direito. Nélson, na altura jogador do Salgueiros, foi o seu dono. Viria a ser contratado pelo Sporting e ainda jogaria no FC Porto e em Inglaterra. Actualmente tem uma Academia de Futebol.
Quem teve o Nº11 nas costas foi o central Rui Bento. Em 1991 pertencia aos quadros do Benfica, onde chegou a ser bastante utilizado. Jogou ainda no Boavista e Sporting e é neste momento o treinador do Beira-Mar.
O único jogador que nunca envergou a camisola de um dos “grandes” foi o guarda-redes suplente Tó Ferreira. Era jogador do Famalicão e na última época fez parte do plantel do Boavista. Foi o Nº12.
O dono da camisola (para muitos considerada a do azar) Nº13 foi Capucho. Mais um a quem este Mundial abriu as portas de um clube maior. Jogava no Gil Vicente mas sairia para o Sporting e posteriormente para o FC Porto, onde hoje integra  a estrutura de técnicos das camadas jovens.
A grande estrela desta equipa envergava o Nº14. João Vieira Pinto era o capitão, tinha estado na temporada anterior em Espanha ao serviço do Atlético Madrid (onde pouco jogou) e já tinha participado activamente na conquista do Mundial Sub-20 em 1989. Boavista, Benfica, Sporting e Braga foram os passos seguintes até abandonar e dedicar-se aos comentários futebolísticos.
O 15 era Tulipa, um médio júnior do FC Porto. Teve uma carreira de futebolista mediana e treinou na temporada passada o Covilhã.
Cao usou o Nº16. Também era júnior do FC Porto. Nunca atingiu grande brilhantismo e viria mesmo a descobrir-se que a sua idade era falsa. Tinha mais 4(!!) anos do que aquilo que era oficial....Hoje está desligado do futebol.
Havia outro João Pinto nesta selecção. Era o Nº17 e jogava no Atlético por empréstimo do Sporting. João Oliveira Pinto era um médio ofensivo de quem se esperava muito mas que, embora tenha actuado pelo Guimarães e Braga, nunca atingiu grande protagonismo. Está, também, afastado do futebol.
O último era o ponta-de-lança, na altura júnior do FC Porto, Toni. Usou a camisola 18  e este Mundial foi o ponto mais alto da sua carreira. Na actualidade trabalha na construção civil no Luxemburgo.

Como se pode ver, nestes 18, há de tudo......desde Bolas de Ouro a trabalhadores nas obras, administradores de SAD a desempregados, treinadores a ainda jogadores....

Nesse Domingo de 1991 jogou a equipa habitual com Brassard na baliza, Nélson na direita da defesa (o único posto em que Queiroz tinha algumas dúvidas, pois por vezes foi Abel Xavier o escolhido), Paulo Torres na esquerda e a dupla de centrais a ser formada por Rui Bento e Jorge Costa. O meio campo foi composto por Peixe, Figo e Rui Costa. Na frente jogaram  João Vieira Pinto, Gil e Toni.

Coube a Rui Costa apontar a grande penalidade decisiva que levou ao delírio os milhares que estavam na Luz e os milhões que assistiam  a tudo pela televisão....

Este ano volta a ter lugar um Mundial Sub-20, desta vez na Colômbia, mas também com a participação portuguesa.

Teremos qualidade para voltar a trazer a Taça?

Saudações Desportivas

segunda-feira, 27 de junho de 2011

A queda de um gigante! E se fosse por cá?

Buenos Aires, 26 de Junho de 2011. O dia mais negro da história de um clube centenário. O River Plate é despromovido à Segunda Divisão do futebol argentino, algo que nunca tinha acontecido em 110 anos de história, e passa a não figurar entre os 3 clubes que estiveram sempre na 1ª Divisão Argentina (os outros são o Independiente e o seu maior rival o Boca Juniors).


A história centenária do Clube Atlético River Plate tem início em 1901 e é feita de de inúmeros sucessos até este fatídico dia. 

33 títulos de Campeão Argentino (continua, apesar de tudo, a ser o mais titulado clube do país das pampas), 2 Copas dos Libertadores da América (o equivalente Sul-Americano à Liga dos Campeões) e 1 Taça Intercontinental são destaques na sala de troféus do gigante, da cidade de Buenos Aires.

Los Milionários, como são conhecidos por estarem sediados num bairro nobre da capital argentina, jogam no Estádio Monumental Antonio Vespucio Liberti, mais conhecido apenas por Lo Monumental, e foram ponto de partida de inúmeros jogadores que atingiram o estrelato a nível mundial.

Por lá passaram o fora de série que viria a fazer história no Real Madrid, Alfredo Di Stéfano, o, ainda hoje, considerado como o melhor guarda-redes argentino de todos os tempos, Ubaldo Fillol, o actual presidente do clube e durante bastante tempo capitão da Selecção Argentina, Daniel Passarella, o brilhante avançado uruguaio, Enzo Francescoli e o chileno Marcelo Salas.

Mais recentemente, e bastante conhecidos dos adeptos portugueses, vestiram a camisola branca com a lista encarnada, os argentinos "benfiquistas" Saviola e Aimar, e os argentinos "portistas" Lucho e Falcao. E ainda os "famosos" Hernán Crespo, Sorín, D'Alessandro, Cavenaghi, Mascherano, Higuaín e o capitão da equipa no momento, Matias Almeyda.   


Ontem jogou-se, no Monumental, a 2ª mão do play-off que definia quem descia à 2ª Divisão e , depois de perder por 2-0 no primeiro jogo frente ao Belgrano, um empate a uma bola foi o suficiente para acontecer aquilo que todos os adeptos temiam….a descida!!!

A noite de ontem foi de tristeza para todos os adeptos do River e o jogo decisivo nem chegou ao fim dos 90 minutos por força da acção dos presentes no estádio. Os jogadores terminaram o desafio em lágrimas e estiveram algumas horas fechados dentro do recinto até poderem sair em segurança, depois de ter sido aventada a hipótese de passarem a noite fechados no Monumental. E durante toda a noite houve fortes manifestações por parte daqueles que mais sofrem com o clube, os adeptos….

Em Portugal, tal como na Argentina até há dois dias atrás, só existem 3 clubes que nunca desceram de divisão (Benfica, Sporting e FC Porto) e, curiosamente, em Espanha também (Real Madrid, Barcelona e Athletic Bilbao). 

Seria esta situação possível no nosso país?

Como seria a reacção dos portugueses se algum dos "grandes" caísse na Liga de Honra?


Saudações Desportivas

terça-feira, 21 de junho de 2011

E agora Pinto da Costa???

E agora Pinto da Costa? A “bomba” André Villas-Boas estoirou nas mãos do presidente do FC Porto. A cadeira de sonho não foi suficiente para segurar o jovem técnico no Dragão e os milhões de Roman Abramovich falaram mais alto!!! Mas será isto um problema para a nova época portista? A verdade é que a história nos tem dito, que quem se senta naquela que era a cadeira de sonho de André Villas-Boas se arrisca a ter sucesso, mas houve excepções…
Nos últimos 27 anos (para situar o início da contagem no ano em que Artur Jorge, o técnico que venceu o primeiro título europeu para o FC Porto, chegou à cidade invicta) o clube de Pinto da Costa venceu 18(!!!) Campeonatos  Nacionais, 11 Taças de Portugal, 14 Supertaças Cândido de Oliveira, 2 Taças dos Campeões Europeus/Ligas dos Campeões, 2 Taças UEFA/Liga Europa, 1 Supertaça Europeia e 2 Taças Intercontinentais…..é muito título!!!
E durante todo esse período apenas 5 treinadores não conseguiram alcançar qualquer triunfo ao comando da equipa azul e branca. Foram eles Quinito, Octávio Machado e os restantes 3 todos na mesma temporada. Del Neri (que nem chegou a começar a época), Victor Fernandez e José Couceiro tiveram a difícil missão de tentar fazer esquecer José Mourinho e….não conseguiram!!!
Os restantes, uns mais dos que outros, tiveram todos sucesso.
Artur Jorge foi o primeiro treinador a dar um título europeu ao FC Porto, corria a temporada de 1986/1987 e, no terceiro ano consecutivo ao comando da equipa, depois de se ter sagrado 2 vezes Campeão Nacional conseguiu a vitória na, então, Taça dos Campeões Europeus. Depois, tal como André Villas-Boas, saiu. Na altura para França, para um clube que hoje já nem existe com o mesmo nome, o Matra Racing. Viria ainda a voltar ao FC Porto e a sagrar-se novamente Campeão Nacional.
O seu sucessor foi o croata Tomislav Ivic. Conquistou o Campeonato, a Taça, a Supertaça Europeia e a Taça Intercontinental. Quatro títulos numa só temporada, um feito só igualado por Villas-Boas na época passada. Mas Ivic foi um dos casos raros de treinadores que só estiveram um ano no FC Porto. Mais tarde voltaria e dessa vez nem uma época completa conseguiu aguentar. Mas não pode ser acusado de falta de troféus…
O primeiro erro de casting de Pinto da Costa aconteceu em 1988/1989. Quinito foi o escolhido para substituir Ivic mas não esteve muito tempo no comando da equipa e acabou por ser despedido e dar o seu lugar a Artur Jorge. O treinador da vitória de Viena, em 1987, ainda esteve mais duas temporadas nas Antas, conquistando mais um título de Campeão Nacional.
O senhor que se seguiu foi o brasileiro Carlos Alberto Silva. Dois anos em Portugal chegaram para ser Bi-campeão, vencer uma Taça e uma Supertaça. Mais um que chegou, viu e venceu…
Na temporada seguinte a aposta voltou a ser em Ivic só que desta vez não correu tão bem e a meio da época Pinto da Costa, aproveitando o erro de Sousa Cintra que o despediu do Sporting, foi buscar Sir Bobby Robson. E mais do mesmo….duas épocas e meia com 2 Campeonatos Nacionais, 1 Taça de Portugal e 2 Supertaças!! Robson acabou por sair para o Barcelona…mas o FC Porto continuou a vencer!!!
António Oliveira chegou à sua cadeira de sonho em 1996/1997 e, tal como os seus antecessores, esteve por lá 2 anos. E chegaram para, também ele, ser Bi-campeão, ganhar 1 Taça e 1 Supertaça. Quem treina o FC Porto arrisca-se mesmo a ser Campeão…
Depois de 4 títulos seguidos e à procura do quinto, Pinto da Costa contrata o Eng. Fernando Santos que ficou conhecido pelo Eng. do Penta. Apesar de, em 3 anos, só ter sido campeão uma vez, vence também 2 Taças e 2 Supertaças. Não se pode dizer que foi um êxito mas também não foi um fracasso…
Seguiu-se-lhe o segundo erro de casting….Octávio Machado! Já tinha sido adjunto no FC Porto e Sporting e também técnico principal em Alvalade. Não conseguiu ter sucesso e acabou substituído a meio da época por um tal de José Mourinho, que viria a levar o clube a atingir patamares altíssimos.
De José Mourinho pouco há a dizer, mas a sua saída, depois de 2 anos de estrondosos sucessos, levou à pior fase do clube azul e branco nos últimos 30 anos. Três treinadores numa só época nunca tinha sido visto. Um  deles (o italiano Del Neri) nem chegou a iniciar a temporada. O espanhol Victor Fernandez (apesar de ter vencido a Taça Intercontinental) nunca convenceu. E acabou por ser José Couceiro a terminar a temporada, conseguindo levar o FC Porto ao segundo lugar.
A aposta seguinte foi o holandês Co Adrianse. Ser Campeão e vencedor da Taça não lhe chegou para estar mais de uma época no Dragão, mas não pode ser acusado de falta de sucesso. Mais um caso de que quem treina o FC Porto se arrisca a ganhar!!! E do seguinte também se pode dizer o mesmo. Por muita qualidade que tenha, Jesualdo Ferreira nunca tinha vencido nada até chegar ao FC Porto. Lá conseguiu em 4 anos, ser 3 vezes Campeão Nacional, vencer 2 Taças e 2 Supertaças. Será fácil???
André Villas-Boas deixa agora a Pinto da Costa a tarefa de encontrar um substituto, mas como se pode ver o presidente portista não se tem enganado muitas vezes e tem conseguido manter o clube a vencer, seja o treinador português ou estrangeiro, jovem ou experiente, portista ou benfiquista…
Mas no ano seguinte à saída de José Mourinho teve dificuldade em encontrar um novo caminho vitorioso. Como será desta vez???
Saudações Desportivas

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Capitães de Alvalade...

Na semana em que o capitão do Benfica não viu renovado o seu contrato de trabalho, com o seu clube de quase sempre (o que é perfeitamente legítimo) e já depois de vos ter falado sobre os capitães do FC Porto, trago a este blog a história dos Capitães de Alvalade, nos últimos 30 anos.
E essa história começa com o “Velho Manel”. Capitão do Sporting durante 8 anos ininterruptos, Manuel Fernandes foi talvez o último grande capitão do clube de Alvalade. Uma figura incontornável do universo sportinguista e que nunca escondeu a sua paixão pelo clube. Chegou a Alvalade, com 24 anos, para substituir o argentino Yazalde e fê-lo de forma muito competente como provam os mais de 250 golos obtidos de leão ao peito. Ficará para sempre ligado à mítica vitória por 7-1 sobre o grande rival Benfica, jogo onde marcou 4 golos. Viria a sair para o Vitória de Setúbal na época de 1987/1988, já com 36 anos, depois de, tal como Nuno Gomes, o treinador da altura não contar com ele.
Seguiu-se um período de 5 épocas em que o capitão foi o defesa-central Pedro Venâncio, embora em pelo menos 3 delas não tenha sido ele a usar a braçadeira na maior parte dos jogos. Venâncio era um central de marcação forte que chegou a ser internacional várias vezes mas que teve inúmeros problemas físicos ao nível dos joelhos, aos quais foi operado 6(!!!) vezes. Essa, a juntar a opções de alguns treinadores, foi uma das razões para durante esse tempo o Sporting ter tido outros capitães. Damas, Virgílio, Morato (este durante praticamente toda a temporada de 1988/1989), Carlos Xavier e Carlos Manuel foram outros eleitos para desempenhar a função. Venâncio acabou por sair para o Boavista (mais um jogador que deixou de ser opção para o treinador e optou por continuar a carreira noutro clube em vez de dá-la por terminada).
O capitão seguinte foi Jorge Cadete. O avançado chegou ao plantel principal dos leões em 1987/1988, sendo na temporada seguinte emprestado ao Vitória de Setúbal. Viria a impor-se definitivamente em Alvalade na época 1989/1990, mas só iria usar a braçadeira de capitão em 1992/1993. E apenas por dois anos, pois incompatibilidades com o treinador (um tal de Prof. Carlos Queiroz) levaram-no a emigrar para Itália (Brescia), Escócia (Celtic) e Espanha (Celta de Vigo) antes de regressar a Portugal para representar o Benfica (já nesta altura os capitães do Sporting gostavam de jogar nas equipas rivais…).
A Cadete sucedeu Oceano. Depois de 3 temporadas a representar a Real Sociedad, Oceano regressou ao Sporting, onde já tinha estado durante 7 anos antes de sair para Espanha. E regressou como capitão!!! Foram mais 4 épocas de leão ao peito e sempre com a responsabilidade de usar a braçadeira. À semelhança de Manuel Fernandes e Venâncio, Oceano também achou que, quando o treinador Mirko Jozic deixou de contar com ele, ainda tinha muito para dar ao futebol e então o que fez? Foi para França, para o Toulouse, fazer mais uma temporada fraquinha, num clube fraquinho…..
Iordanov foi o senhor que se seguiu. Durante 2 épocas foi ele o capitão do Sporting mas, umas vezes por lesão e bastantes mais por opção técnica, não foram muitos os jogos em que foi titular, o que obrigou a que fossem outros a usar a braçadeira. Primeiro Marco Aurélio e depois Pedro Barbosa e Beto foram os responsáveis por essa tarefa. Mas Iordanov será para sempre lembrado como o capitão do ano em que o Sporting festejou o título passados os 18 anos de jejum e como o capitão que colocou o cachecol leonino ao Marquês de Pombal…
De 2000/2001 a 2004/2005, foi Pedro Barbosa o capitão, coadjuvado por Beto. Barbosa já estava há cinco temporadas em Alvalade, vindo do Vitória de Guimarães, quando foi nomeado e Beto estava há quatro no plantel principal depois de ter percorrido todos os escalões de formação e de ter estado emprestado durante dois anos (ao União de Lamas e ao Campomaiorense). O médio sempre foi um jogador com o qual os adeptos mantiveram uma relação de amor-ódio. Era capaz de coisas espantosas mas ao mesmo tempo de coisas que irritavam solenemente o comum dos mortais. Mas foi, depois de Manuel Fernandes, quem durante mais temporadas envergou a braçadeira. E foi também dos poucos que resolveu terminar de vez com a sua carreira, quando um treinador do Sporting deixou de contar com ele. Foi José Peseiro no fim da época de 2004/2005 a “dispensar” Pedro Barbosa e este, em vez de procurar novo clube, arrumou definitivamente as chuteiras…
Com a época 2005/2006 começam as grandes dúvidas de quem seria o verdadeiro capitão do Sporting. No início dessa temporada, ainda com Peseiro como treinador, Beto foi o eleito, mas com a chegada de Paulo Bento, Beto deixou de ser titular e quis sair. Saiu para o Bordéus e foi Custódio o escolhido. Custódio tinha chegado para os juvenis do Sporting, vindo do Vitória de Guimarães, e estava na sua 3ª época no plantel principal. A sua juventude aliada à sua discrição não o ajudaram a ser um “grande” capitão. Até porque na temporada seguinte começou a jogar menos e quis o mesmo que Beto, ou seja, sair! E saiu! Para o Dínamo de Moscovo. Passou a ser o guarda-redes Ricardo a orgulhar-se de poder dizer que era o capitão do Sporting.
E começa a temporada de 2007/2008 com Ricardo como capitão. E quando se pensava que afinal iria haver alguma estabilidade no posto, depois do guarda-redes ter efectuado a sua melhor época com a camisola leonina e de ter ganho o respeito da maioria dos sportinguistas, eis quando acontece a transferência de Ricardo para o Bétis de Sevilha. Mais uma vez teve que se passar ao plano B, que neste caso se chamava João Moutinho. O médio tinha 20 anos quando começou a usar a braçadeira, tinha um ano de plantel sénior e alguém achou que era a melhor solução…
Três anos se passaram, e já depois de ter manifestado vontade de sair logo no início da sua segunda época como capitão, até que o “símbolo” da formação da Academia de Alcochete é transferido para o FC Porto por 11 milhões de euros (mais uns trocos relacionados com Nuno André Coelho e Hélder Postiga). Os símbolos já não são o que eram…
Seguiu-se-lhe Daniel Carriço, outro jovem, outro “símbolo” vindo da formação e vamos ver se não será outro a querer sair muito em breve…
Eu sei que os tempos são outros, os jogadores não estão tanto tempo nos clubes, mas não existirá uma forma mais correcta de escolher um capitão? Nos últimos 6 anos todos os capitães do Sporting (a excepção é Carriço, mas ainda vai a tempo…) quiseram sair do clube. Será coincidência? Não me parece…
Quem foi para vós o capitão que mais gostaram?
Partilhem aqui as vossas recordações e opiniões sobre estes Capitães de Alvalade…
Saudações Desportivas

terça-feira, 14 de junho de 2011

La Bombonera ficou mais pobre...

Quem viu a despedida de Martín Palermo dos adeptos do “seu” clube, no La Bombonera em Buenos Aires, não pode deixar de pensar na falta que nos fazem por cá semelhantes demonstrações de gratidão, quer dos clubes em relação aos jogadores, quer dos atletas em relação a quem lhes deu a possibilidade de serem quem são….
Martín Palermo nem sequer começou para o futebol no Boca Juniors, mas é lá que, desde 1997 (apenas com um interregno de 4 anos, onde experimentou o futebol espanhol), faz as delícias dos adeptos do clube da capital argentina.
O polémico, e apelidado de “Louco”, ponta-de-lança argentino nunca foi consensual entre os amantes do futebol mas é indiscutível que deixa uma marca e não é por acaso que teve uma despedida como aquela deste fim-de-semana.
Palermo estreou-se no Campeonato Argentino em 1991, com a camisola dos Estudiantes de La Plata. Em 1997 chegou ao Boca Juniors a pedido de um senhor chamado Diego Armando Maradona. No fim do ano de 2000, depois de ter ajudado o Boca a vencer uma Taça Intercontinental frente ao Real de Madrid de Figo e Cmpª (o resultado foi 2-1 e Palermo marcou os dois golos dos argentinos), aventurou-se pela Europa. O Villarreal foi o seu destino. Marcou alguns golos mas uma grave lesão, que o impossibilitou de dar o seu contributo à equipa durante meio ano, acabou por não ajudar à sua afirmação no futebol espanhol. Acabou emprestado ao Bétis de Sevilha e posteriormente ao Aláves. Mas Palermo parecia só se sentir bem na “sua casa” e acabou por regressar a Buenos Aires e ao Boca Juniors em 2004.
Desde essa data até agora não mudou mais de equipa e tornou-se, além do melhor marcador de sempre, num dos maiores símbolos do clube da camisola azul de risca amarela. No Domingo despediu-se, com 37 anos, do La Bombonera e o próximo jogo será o último da sua, já longa, carreira.
Uma carreira marcada por um sem número de episódios insólitos, como o dia em que, ao serviço da Selecção Argentina, falhou 3(!!!) grandes penalidades no mesmo jogo, ou quando marcou um golo de cabeça a 40(!!!) metros da baliza adversária. Lesões também teve algumas e caricatas. A lesão mais grave em Espanha ocorreu quando festejava um golo seu, ao serviço do Villarreal, e um muro lhe caiu em cima da perna. Resultado disso foram longos meses de paragem. E o seu golo nº 100 com a camisola do Boca foi obtido já depois de ter sofrido uma rotura de ligamentos (que lhe valeria mais meio ano sem pisar os relvados) e se ter mantido em campo…
Pode ainda orgulhar-se de ser o mais velho jogador argentino a marcar em fases finais de Mundiais, feito obtido contra a Grécia, no Mundial da África do Sul em 2010, para onde foi chamado pelo seu eterno defensor, Diego Armando Maradona.
Sempre foi um jogador que admirei e que, em diversas ocasiões, tive a esperança do “meu” clube se poder interessar por ele. Nunca aconteceu e agora também já não vai acontecer….
No Domingo, na sua despedida do La Bombonera, o seu presente foi……uma baliza!!!
Martín Palermo a marcar a diferença até na forma como é homenageado…..
Quais as vossas opiniões sobre este avançado argentino? Deixam-nas neste espaço para quem gosta de bola!!!
Saudações Desportivas

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Nuno Gomes...Adeus ou Até já???


Nuno Miguel Soares Pereira Ribeiro…..é um nome que não diz nada à grande maioria dos adeptos do futebol, mas se dissermos Nuno Gomes já todos sabem de quem estamos a falar. E é, nos últimos dias, um nome que anda nas bocas do mundo!!!

De capitão a dispensado vai um pequeno passo e as opiniões são mais que muitas a este respeito. Há os que valorizam o papel importante que desempenha a nível de integração dos mais novos e passagem da cultura “Benfica” aos que vão chegando, além dos golos que ainda vai marcando das poucas vezes que é chamado por Jorge Jesus. E há aqueles que pensam que chegou a altura de pôr fim a uma carreira que, apesar de ter números bastante interessantes, nunca gerou consenso em relação à sua qualidade entre os adeptos do futebol, no geral, e os benfiquistas, em particular. E há, ainda, a sua vontade, segundo rezam as crónicas, de prolongar por mais um ano a sua actividade de futebolista, nem que para isso tenha que sair do seu clube de quase sempre, o Benfica.
Nuno Gomes apenas representou, como profissional, três clubes em toda a sua carreira. Boavista, Benfica e os italianos da Fiorentina.
Começou no Boavista, na época de 1994/1995, com 18 anos, pela mão de Manuel José e, na primeira temporada, foi apenas utilizado em 9 jogos, marcando um golo. Na segunda época já foi mais vezes opção para o treinador e acabou com 7 golos. A terceira temporada de xadrez ao peito valeu-lhe 15 golos, a conquista da Taça de Portugal e o assédio dos 3 grandes.  Acaba por ser o Benfica a ganhar a corrida pela contratação do ponta-de-lança.
No primeiro ano na Luz, com Souness no comando da equipa, faz uma excelente dupla com o inglês Brian Deane e acaba a temporada com 18 golos, o que lhe valeu o 2º lugar na lista dos melhores marcadores do Campeonato Nacional. Na época seguinte ainda consegue melhorar o registo e assina 24 golos (não chegam para se sagrar o melhor marcador porque na altura existia….Mário Jardel). No terceiro ano com a camisola encarnada, volta a marcar 18 golos no Campeonato o que, embora não tenha ganho nada colectivamente, se pode considerar uma assinalável marca. 60(!!!) golos em três épocas, só contabilizando o Campeonato Nacional, é um número muito bom!!!
O ano de 2000, depois de uma brilhante participação com a Selecção Portuguesa no Euro2000, assegurou-lhe uma transferência para o futebol italiano. A Fiorentina pagou quase 20(!!) milhões de euros pelo seu passe. O seu percurso no calcio não foi brilhante. Foi muitas vezes utilizado como extremo, embora tenha sido contratado para fazer esquecer uma lenda do futebol em Florença, o argentino Gabriel Batistuta. Depois, o clube também atravessou uma grave crise financeira e, apesar de ainda ter vencido uma Taça de Itália e marcado cerca de 20 golos em 2 temporadas, regressou a Portugal. O Benfica voltou a ser o seu destino.
A segunda passagem pela Luz, ao nível de rendimento desportivo, ficou abaixo da primeira. De 2002 até 2011 (sete épocas), Nuno Gomes marcou um  número de golos pouco superior ao alcançado na primeira passagem (três épocas). Conseguiu, isso sim, conquistar títulos colectivos. Dois Campeonatos Nacionais (2004/2005 com Trapattoni e 2009/2010 com Jesus), uma Taça de Portugal (2003/2004 com Camacho), três Taças da Liga e uma Supertaça ajudaram a enriquecer o palmarés do avançado português. O que ganhou, além dos títulos, foi estatuto. A partir de determinada altura foi nomeado capitão de equipa, apesar de cada vez menos aparecer nos relvados.
Mantém ainda algumas marcas dignas de registo. Está nos 10 melhores marcadores de sempre do Benfica, sendo o 4º melhor nas competições europeias, marcou golos em todas as competições onde participou pelo clube encarnado (Liga, Taça, Supertaça, Taça da Liga, Champions, Liga Europa/UEFA) e a nível de selecções é dos poucos jogadores a marcar em 3 Europeus seguidos (2000, 2004 e 2008) além de ter participado em mais dois Mundiais (2002 e 2006). À sua frente como melhores goleadores da Selecção Nacional só estão Pauleta, Eusébio e Figo. Não é mau de todo……

Neste momento faltam-lhe pouquíssimos jogos para completar 400 partidas oficiais com a camisola do Benfica. Será que ainda vai conseguir? Terão a palavra Luis Filipe Vieira e Jorge Jesus!!! Na minha opinião, um plantel que teve Weldon e Kardec e não teve lugar para Nuno Gomes é, no mínino, esquisito…..
E vocês que opinião têm deste “veterano” ponta-de-lança?
Ainda é útil no plantel da Luz?
Terá o Benfica, e o futebol português, tido melhor nos últimos anos?
Deve continuar a jogar? No Benfica ou noutro lado?  
Deixem os vossos comentários e sugestões…
Saudações Desportivas

terça-feira, 7 de junho de 2011

Craques destes...NÃO, obrigado!!!

Numa altura em que todos os dias há nomes de jogadores já contratados ou prestes a serem contratados pelos clubes portugueses, uns conhecidos e outros nem por isso, uns que vão realmente chegar e outros que não passam de pura invenção, uns com qualidade e outros com falta dela, resolvi trazer a este espaço a lembrança de algumas das mais falhadas aquisições dos 3 grandes…..
Provavelmente, alguns adeptos destes clubes já não se lembrarão de certos nomes e se calhar até agradeciam não voltar a lembrar-se deles, mas, e até como medida de precaução para o que aí vem, julgo ser importante relembrar que muitos destes flops também foram capas de jornal. E até, em certos casos, terão motivado bastante entusiasmo….
Começo pelo FC Porto (sim o Porto, embora ganhe mais, também teve algumas “pérolas”). Nos anos 90, e com Sir Bobby Robson no comando, chegaram à invicta jogadores do calibre do argentino Walter Paz, do peruano Baroni ou dos africanos Ntsunda e Zwane. Alguém se lembra deles? Depois chegou o período em que se tentou encontrar um substituto para Vítor Baía e as apostas foram todas falhadas. Do sueco Eriksson, passando pelo polaco Wozniak e até pelo português Costinha, nenhum teve sucesso. Houve também o lateral direito Butorovic, o central argentino Diaz, o médio marroquino Chippo e as tentativas de atingir o rival Benfica com as contratações de Pedro Henriques, Kenedy, Panduru e Sokota. Emílio Peixe também se pode juntar a esta lista. Mais tarde chegaria outro substituto para Baía, o montenegrino Ivica Kralj, outro fiasco. Começa então a saga dos sul-americanos. Além do ponta-de-lança espanhol Pizzi, chegam ao FC Porto o médio paraguaio Quintana, os avançados Esnaider e Kaviedes, os brasileiros Rossato, Léo Lima e Ibson e mais recentemente os argentinos Mareque, Benitez, Valeri e Prediger. O central Stepanov também pode fazer parte deste rol. Com se vê, nem Pinto da Costa acerta sempre…
No Sporting a lista é mais extensa. Ainda nos anos 80 houve 2 jogadores que chegaram ao clube de Alvalade com um currículo que prometia mas que não deixaram saudades. Um dos bons avançados holandeses da época, Peter Houtman e o guarda-redes uruguaio (na altura considerado um dos melhores da América do Sul) Rodolfo Rodriguez. Mais tarde, e apresentado como o novo Eusébio, chegava o brasileiro Careca. Mais um flop!! O ponta-de-lança checo Thomas Skuhravy foi outro caso de insucesso. A meio dos anos 90, com o belga Waseige como treinador, chegaram o defesa esquerdo croata, auto-intitulado como o novo Maldini, de nome Balajic, o defesa direito brasileiro Gil Baiano e os avançados Missé-Missé e Ramirez. O francês Lang e o argentino Gimenez (que mais tarde mudaria o nome para Marioni) foram os seguintes. E não posso deixar passar as 3 contratações que foram feitas na altura em que Carlos Manuel foi treinador do Sporting. Renato e Leão contratados ao Salgueiros e Ivo Damas, um jogador que veio do Maia porque tinha marcado uns quantos golos num jogo da Taça e que assinou por 7(!!!) anos e nunca jogou! Depois houve Julian Kmet, Hanuch, Spéhar, Horvath e duas contratações de Luis Duque….o irlandês Mahon e o norte-americano Kirovsky. Mais recentes são as aquisições de Peseiro, os brasileiros Manoel e Wender e o português João Alves. Ainda frescos na memória estão Farnerud, Paredes, Bueno, Had, Celsinho, Angulo, Pongolle e deixo para o fim dois dos piores que vi jogar com a camisola verde-branca…..Leandro Grimi e Milan Purovic!!! É muita gente…
Por fim o Benfica. Sabiam que o clube da Luz já teve um albanês no seu plantel? Pois é, começo esta lista com Abazaj, o albanês. A meio dos anos 90 além do jogador atrás referido também houve Paulão e King (uma dupla de centrais brasileiros), Nelo e Tavares (que me perdoem os meus amigos benfiquistas que gostavam desta dupla, mas estes dois eram fraquinhos, fraquinhos), Valdir e Clóvis (dois avançados brasileiros) e o marroquino Tahar El Khalej. O sueco Pringle e os holandeses Glenn Helder e Taument também podem integrar a lista. Com a chegada de Souness ao comando técnico do Benfica deu-se a aquisição do contingente britânico. Mas a qualidade era muito pouca. Gary Charles, Steve Harkness, Scott Minto e Michael Thomas não deram grandes alegrias aos benfiquistas. De seguida deu-se uma viragem para a língua castelhana. O guarda-redes argentino Bossio, o lateral paraguaio Rojas, o médio chileno Uribe e os espanhóis Chano e Tote foram os senhores que se seguiram. Também houve um grego (Machairidis), um italiano (Pesaresi) e mais um brasileiro (Paulo Almeida). Karadas, Delibasic, Robert, Karyaka, Marcel, Manduca e Kikin Fonseca podem juntar-se ao grupo. E mais recentemente o costa-marfinense Zoro, o romeno Sepsi, o norte-americano Adu, os argentinos Andrés Diaz (que veio junto no pacote com Di Maria) e Bergessio. E o que dizer de Makukula? E Balboa? E mesmo na época do título de Jesus, o plantel chegou a ter Patric, Shaffer, Keirrison e Éder Luis. São muitos tiros ao lado…
Como será na nova época?
Chegarão novos craques ou novos “barretes”?
Relembrem e partilhem aqui alguns dos maiores flops dos vossos clubes.
Qual foi, para vocês, o maior de todos?
Saudações Desportivas

sexta-feira, 3 de junho de 2011

"O Melhor 11" à Porto...

Depois de trazer aqui “Os Melhores 11” de Sporting e Benfica, chegou o dia de divulgar aqueles que eu considero terem sido os melhores do FC Porto. Volto a lembrar que só considero os jogadores que tive o privilégio de ver jogar, portanto falo de atletas a partir do início dos anos 80.
Tal como nos casos anteriores, de certeza que vou deixar de fora alguns elementos que, para muitos, seriam indiscutíveis neste 11. Mas a beleza do futebol também é esta….e um dos objectivos deste blog também. Colocar os leitores a fazer o exercício de escolher e ter as mais diversas opiniões.
Mas passemos ao onze :

Na baliza não tive grandes dúvidas. Por muitos considerado o melhor (ou pelo menos, dos melhores) guarda-redes português de sempre, Vitor Baía.
Para as laterais da defesa escolhi, na direita, um dos mais emblemáticos jogadores do FC Porto, João Pinto. Foi ele que, na ausência por lesão de Fernando Gomes, levantou a primeira Taça dos Campeões Europeus vencida pelo clube, no célebre jogo de Viena, contra o Bayern de Munique, em 1987. Na esquerda, um titular da selecção do Brasil que tinha como uma das principais armas o seu fortíssimo pontapé. Fazia imensos golos de livre. Falo de Branco.
Dois jogadores das escolas de formação do FC Porto ocupam a zona central da defesa. Fernando Couto e Ricardo Carvalho. Com características diferentes um do outro, Couto mais físico e Carvalho mais técnico, de duas gerações diferentes (Carvalho acabou por tirar o lugar a Couto na Selecção Nacional, quando este era capitão durante o Euro2004), mas ambos com a grande qualidade a que nos habituámos nos centrais do FC Porto.
Passando ao centro do meio-campo, foi a zona onde tive mais dificuldades. Como médio mais defensivo não houve nenhum jogador que me enchesse as medidas. Confesso que não sou apreciador das características de jogadores como Fernando e Paulo Assunção (por muito úteis que possam ser). Antes disso houve os típicos jogadores “à Porto”, como André ou Paulinho Santos, que batiam mais do que jogavam. Escolhi o brasileiro Emerson. Jogador contratado ao Belenenses, com uma capacidade física impressionante e que também marcava muitos golos. Junto-lhe Deco como médio ofensivo. Foi ,sem dúvida, um dos melhores que passou pelo FC Porto.
Nas alas do meio-campo, dois génios. Na direita (embora ele não tenha sido bem um ala, tinha que entrar nesta equipa)…. Rabah Madjer, o homem do calcanhar de Viena. Muito bom jogador, fazia coisas brilhantes. Na esquerda, o concentradíssimo Paulo Futre. Hoje, depois do mediatismo que o chinês lhe trouxe, já todos estão a par do que este rapaz era capaz de fazer com uma bola. Um dos melhores jogadores portugueses de todos os tempos, um fora-de-série…
E chegamos ao ataque. Podia colocar Falcao ou Hulk, jogadores que estão na moda, ou Lisandro ou até Domingos Paciência e Kostadinov (que formaram um dupla explosiva), mas a minha escolha vai para…….Mário Jardel e Fernando Gomes. Duas máquinas de marcar golos. Dois estilos diferentes mas a mesma eficácia em frente à baliza. Juntos ganharam 11 vezes o troféu de melhor marcador do Campeonato Nacional (6 para Gomes e 5 para Jardel) e venceram, cada um, 2 títulos de melhor marcador da Europa. Foram muitos golos……

Será que esta equipa acabaria o Campeonato sem derrotas? E a Champions viria para a invicta?


É este o meu “Melhor 11” do Futebol Clube do Porto.
E qual é o vosso?
Recordem e partilhem aqui os vossos “Melhores 11”…

Saudações Desportivas

quarta-feira, 1 de junho de 2011

De Alcântara...de Lisboa...de Portugal...

O post de hoje serve de homenagem a um histórico clube lisboeta que, no fim-de-semana passado, assegurou o regresso aos escalões profissionais de futebol.
O Atlético Clube de Portugal.
Há mais de 30 anos que o popular clube de Alcântara não estava nas duas primeiras divisões do futebol português, mas na próxima época o Estádio da Tapadinha voltará a ter direito a receber jogos “grandes”. E até já está previsto um grande derby quando o Atlético tiver que defrontar Os Belenenses…
E afinal qual é a história do Atlético Clube de Portugal?

É um dos históricos clubes de Portugal e há quem o considere o quarto maior da cidade de Lisboa, depois do Benfica, Sporting e Os Belenenses. Fundado em 1942, em resultado da fusão de dois clubes de Alcântara e Santo Amaro – O União Football Lisboa e o Carcavelinhos Football Clube – a história do clube constitui motivo de orgulho para os seus associados (neste momento cerca de 2500), em particular, e para as gentes de Alcântara em geral.

Foi, em tempos, uma dos principais clubes do futebol lusitano, discutindo até os primeiros lugares das competições nacionais. Nas épocas de 1943/1944 e 1949/1950 conseguiu o 3º lugar da 1ª Divisão e em 1950/1951 ficou em 4º.

Ainda nos anos 40, consegue chegar por 2 vezes à Final da Taça de Portugal. Em 1946 disputou a final com o Sporting, tendo perdido por 4-2 e no ano de 1949 volta a perder, desta vez para o Benfica por 2-1. Foram os anos de ouro…

Embora continuasse a estar entre os grandes do futebol português, nas duas décadas seguintes as suas classificações já não tiveram o brilhantismo dos anos anteriores, acabando por descer algumas vezes à 2ª Divisão nos anos 60. A década de 70 é de declínio e o clube acabaria por ser relegado para a 2ª Divisão ao obter o 16º e último lugar da classificação do campeonato de 1976/1977. Seria a última época do clube da Tapadinha na 1ª Divisão, onde disputou 24 campeonatos. Três anos depois (em 1980) participaria pela derradeira vez (até hoje) na 2ª Divisão (onde conseguiu ser campeão por 3 ocasiões).

Este fim-de-semana deu-se o ansiado regresso……

Parabéns Atlético Clube de Portugal !!!

Partilhem aqui as recordações que têm deste popular clube lisboeta.


Saudações Desportivas